Em princípio, o programa Jovem Aprendiz foi criado para melhorar o desempenho do profissional recém-inserido no mercado de trabalho aonde as empresas de diversos setores procuram para auxiliá-lo no aperfeiçoamento da área escolhida.

 

Para ser aprendiz é necessário ter de 14 a 24 anos, estar cursando ou já ter concluído o ensino fundamental ou médio e também frequentar o curso técnico conveniado com a empresa, relacionado à atividade que desempenhar enquanto estiver contratado.

A remuneração do Jovem Aprendiz é de R$ 653,00 iniciais e pode vir a ganhar até R$ 1.581,00. A média salarial para Jovem Aprendiz no Brasil é de R$ 1.189,00. A formação mais comum é de Ensino Médio (2º Grau). Como quase todos os projetos brasileiros, o JA seria muito eficaz se fosse seguido à risca ao que o projeto se propõe: desenvolver mais e mais a capacitação profissional escolhida pelo novato. A realidade vista é outra.

A duração máxima é de dois anos, tempo supostamente suficiente para o jovem se capacitar e, dessa forma, estar pronto para o mercado de trabalho. Além disso, dependendo do seu desempenho, o profissional que passa pelo processo de aprendizagem ainda pode ser efetivado na empresa, tornando-se um colaborador fixo. Entretanto, como existe uma distorção na formação desses aprendizes, quase nunca a função desenvolvida é a que o aprendiz teve no curso profissionalizante.

Via Whatsapp, Benedito Vieira, presidentes do Sicomercio, sindicato dos empresários disse que “é uma excelente oportunidade de incentivo ao jovem para o primeiro emprego”. Seguindo a mesma opinião, Adrião Barbosa, representante dos comerciários de Alagoinhas e Região afirmou que o aprendiz tem a oportunidade de aprender e de aprimorar os seus conhecimentos na área em que estiver estudando.

Ambos os dirigentes não opinaram a respeito das distorções que o programa Jovem Aprendiz esconde em seu bojo. Seria salutar se, como diz Adrião Barbosa, o jovem tivesse a oportunidade de aprimorar os seus conhecimentos na área que estiver estudando no curso técnico. No entanto, o que se verifica é o subaproveitamento dessa mão de obra que é contratada para funções que convém ao empregador, fugindo inteiramente ao objetivo do programa.

Como dezenas de outros casos, Celina Menezes (nome fictício) pode se encaixar nessa realidade. Aluna do curso profissionalizante de Informática, ela exerce a função de operadora de caixa, função que pouco acrescenta no seu currículo escolar. Pode-se até argumentar que o aprendiz sai preparado no término do seu estágio, mas certamente não na área a que se propôs.

 

 

Avatar

0 Comentários

Comente