É comum atribuir processos de perda ou ganho de peso às alterações hormonais geradas por alguma anormalidade na tireóide, glândula responsável pela produção dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina).
Porém a endocrinologista Cris Marques esclarece: “o ganho de peso atribuído a tireoide acontece quando há uma deficiência de produção hormonal – doença chamada de hipotireoidismo, porém este ganho de peso não costuma ultrapassar 5kg e, quando há um tratamento adequado isso é normalizado”. A seguir, a especialista responde a suposições comuns, mas nem sempre verdadeiras, relacionadas aos comportamentos e efeitos da tireoide.
Problemas na tireóide interferem no peso?
Verdade. “A tireóide controla o metabolismo e podem haver alterações associadas, aponta Dra Cris. O gasto de energia aumenta muito no caso do hipertireoidismo, que é a função exacerbada da glândula. Com isso, ocorre a perda rápida de peso. Já no caso do hipotireoidismo não tratado, ocorre um acúmulo de ácido hialurônico e outras glicosaminoglicanos na pele, o que acarreta uma retenção hídrica generalizada. Em decorrência da deposição excessiva destas substâncias, pacientes com hipotireoidismo podem apresentar um ganho discreto de peso, geralmente não superior a 5kg, correspondente à retenção hídrica. “Sozinho, porém, ele não provoca a obesidade”, explica a especialista. Independentemente de qual é o seu problema, lembre-se: alimentação balanceada e atividade física são essenciais.
Na ausência de fome acompanhada de ganho de peso, o hipotireoidismo é o responsável
Mito: “Um dos grandes mitos acerca do hipotireoidismo é de que ele faz o paciente engordar. Embora o ganho de peso seja uma das manifestações clínicas dessa disfunção, existem inúmeros pacientes que não apresentam este sintoma, além desse ganho ser discreto”, explica Dra. Cris Marques.
Tomar hormônio tireoidiano é bom para emagrecer?
Mito. “A perda de peso que ocorre no hipertireoidismo está associada a todos os riscos da doença”, destaca Dra Cris. Como o organismo funciona muito rapidamente, é possível ter taquicardia, diarreia, complicações cardiovasculares e alterações psiquiátricas, além de muitas outras.
Só mulheres podem ter doenças na tireóide?
Mito. É mais frequente na população feminina: o hipotireoidismo, por exemplo, atinge 15% das mulheres acima dos 45 anos, contra apenas 3% dos homens, de acordo com a SBEM. “Porém, homens também podem ter as disfunções”, conclui a endocrinologista Cris Marques.
Sobre Dra. Cris Marques
Formada em Medicina pela Universidade Estadual de Feira de Santana e especializada em Endocrinologia pelo Hospital Universitário Professor Edgard Santos.

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