Nas eleições, apoiam candidatos homens, fora das eleições defendem a presença das mulheres na politica… eis a contradição das vereadoras alagoinhenses.

Caio Pimenta

De acordo com o “pai dos burros”, o Google: uma pessoa hipócrita é aquela que finge ser o que não é, seja através de religião, virtudes, características, ideias, sentimentos, e etc. A pessoa hipócrita finge ter algo que não tem, seja para agradar aos outros, se aproximar de um determinado grupo, ou até mesmo para melhorar a sua própria autoestima.” Essa definição pode ser usada com maestria para definir a postura das vereadoras alagoinhenses Luma Menezes (PDT), Jaldice Nunes (UB) e Juci Cardoso (PCdoB) quando o tema é o fortalecimento da representação feminina em cargos eletivos.

Sexta-feira, dia 24 de fevereiro, as citadas vereadoras “participaram de um ato simbólico em defesa ao direito da mulher parlamentar de exercer o seu trabalho com respeito e dignidade”. As vereadoras viajaram para o município de Muritiba onde fizeram coro a um ato de protesto e manifestação em apoio e defesa de Perla da Conceição Santana Ferreira, que é alvo de um processo de cassação de mandato por quebra de decoro parlamentar. Todos os vereadores da cidade, exceto a própria Perla, votaram a favor do processo de cassação da vereadora.

Não quero aqui discutir se o processo de cassação é justo ou injusto, isso é um ponto que pode ser discutido em outro momento. A grande questão nisso tudo é o contraditório discurso em defesa da presença da mulher na politica propalada exaustivamente pelas parlamentares alagoinhenses postura que mais parece ser de conveniência, beirando a hipocrisia.

Basta lembrarmos a postura das três parlamentares da cidade na eleição do ano passado. Todas elas apoiaram candidatos homens aos cargos eletivos. Luma Menezes, que disputou uma vaga na Câmara Federal para garantir o quociente eleitoral necessário para a eleição de Felix Mendonça Jr e Léo Prates, apoiou publicamente um candidato homem para a Assembleia Legislativa, o Paulo Câmara, e apoiou também um homem branco que se declarou negro para governador do estado, ACM Neto (UB). Já Jaldice Nunes apoiou Paulo Cezar para deputado estadual, Paulo Azi para deputado Federal e ACM Neto para governador, todos homens. Por fim, Juci Cardoso apoiou Radiovaldo Costa para deputado estadual, Joseildo Ramos para deputado federal e o desconhecido Jerônimo Rodrigues para governador. Onde estava a defesa pela representação feminina na politica neste momento?

Se isso não é hipocrisia, o que é? O uso politico da pauta “mulher” no fim das contas é uma verdadeira falta de respeito ao eleitorado feminino. E mais, acaba por enfraquecer qualquer movimento de fortalecimento da representação feminina na politica.

Uma grande lição dá a vereadora Raimunda Florêncio (PSD), que rejeita as bravatas e discursos recheados de sofismas, volta e meia proferidos por suas colegas de bancada feminina, e prefere demonstrar seu apoio ao fortalecimento da presença da mulher na politica por meio de ações e não de palavras. Se por um lado apoiou candidatos homens para deputado federal e governador (Paulo Azi e Jerônimo Rodrigues, respectivamente), foi a única também das quatro a apoiar uma mulher para Assembleia Legislativa da Bahia, Ludmilla Fiscina, que acabou sendo eleita com um discurso justamente pautado na representação feminina na politica. Sem mencionar o trabalho social, e muitas vezes silencioso, que Raimunda Florêncio tem desenvolvido ao longo de seus mandatos justamente em atenção as mulheres.

É verdade meus amigos, falta pouco mais de 1 ano e meio para as eleições municipais… Isso explica muita coisa.

Folha da Terra Jornal

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