As pessoas que estão expostas podem ter surdez, ansiedade e até depressão
Há algum tempo atrás era muito comum os donos de carros, alguns de últimos modelos, estacionarem em frente a barzinhos e ligarem o som automotiva – muitas vezes, com aparelhos reprodutores caríssimo – nas alturas. As reclamações eram inevitáveis pela altura e também pelo mau gosto musical. Felizmente, depois de muita pressão, os bodegueiros decidiram proibir essa prática em frente aos seus estabelecimentos comerciários e hoje pouco se encontra tamanha falta de civilidade e respeito.
Entretanto, a agressão aos nossos tímpanos se deslocou para as residências localizadas nos bairros mais afastados do centro da cidade. É lá que nos fins de semana os moradores de uma determinada rua pode “curtir” as Lambadas, Axé, Sertanejo e sofrer bastante com a Sofrência. Se falta respeito à civilidade alheia, falta também a presença do Ministério Público para enquadrar os transgressores do silêncio que faz tão bem as gente depois de uma semana de labuta.
A sonoridade descomedida agrada o autor que faz questão de mostrar o seu repertorio e a potencia de seu aparelho. Ele não estar nem um pouco preocupado com quem precisa dormir durante o dia, muitas vezes porque trabalha à noite, as criancinhas e os idosos. “Aqui no Jardim Imperial a gente tem vizinho que parece que se sente muito bem, sabendo que nós não temos condição de dormir com a musica nas alturas. Sadismo puro “, diz um morador.
Não só a altura faz os moradores do conjunto se queixarem. Eles dizem também que o som grave dos aparelhos provoca trepidações em toda casa, a exemplo do que ocorre quando o trem passa. ” As portas e janelas de alumínio dançam com a música”, diz um outro morador.
Os malefícios que o barulho excessivo pode provocar
Ruído pode gerar perda de audição, zumbido, ansiedade, insônia e até depressão Barulho fora de controle é um dos agentes mais nocivos à saúde humana. Especialistas analisam os níveis de ruído, as consequências não apenas à audição e as possibilidades de tratamento
Pesquisas mostram que o ruído fora de controle é um dos agentes mais nocivos à saúde humana, causando perda da audição, zumbidos, ansiedade, nervosismo e até mesmo impotência sexual. Bruno Castro, médico otorrinolaringologista da Clínica Alves de Sousa e membro da Sociedade Mineira de Otorrinolaringologia, explica que o ruído ou barulho é todo som audível que se torna desarmônico à audição, tornando-se, dessa forma, pessoal e subjetivo. “O ruído intenso, que pode causar alguma perda de audição, está acima de 85 decibéis (dB ) por um período de oito horas. Para cada 5dB aumentado, a exposição ao ruído deve diminuir pela metade, ou seja, 90dB por apenas quatro horas de exposição. E 95dB por apenas duas horas e, aos 110dB, a exposição deve ser de apenas 15 minutos.”