Apenas 12 por cento da área urbana tem rede de esgoto. Na Zona Rural é zero. Se não houver avanço, os hospitais e centro de saúde vão continuar recebendo adultos e crianças com varias doenças provocadas pela cocô na superfície das ruas, tanto na cidade quando no interior.
É corriqueira a resposta de um gestor público quando é questionado por investir pouco em algumas áreas da sua administração, principalmente sobre saúde e saneamento. ” É assim em todo o Brasil “. É uma justificativa para fazer crer que como é assim em todo país, deve-se engolir de bom grado essa realidade local. Nada mais justificável do que dizer a um paciente que esperou um,dois ou até mais meses para ser atendido por um médico que no Piauí é bem pior.
Quando o assunto é saneamento a situação fica pior ainda. Há uma filosofia já sedimentada entre os políticos que perdura há décadas de que investir em rede de esgoto, ou escoamento sanitário, por exemplo, é ” desperdício ” porque é um tipo de obra que não rende votos. A consequência dessa visão equivocada e desumana faz com que o Brasil, segundo as pesquisas, seja considerado um grande penico público. Essa inconsequência dos parlamentares provoca uma serie de males, principalmente aos mais pobres e onera mais ainda estado com serviços médicos.
A realidade em Alagoinhas não é diferente. De acordo com os dados fornecidos pelo Serviço de Abastecimento de Água e Esgoto – SAAE apenas 12 por cento de uma população de 151 mil habitantes tem acesso ao esgotamento sanitário, incluindo aqueles construídos pela iniciativa privada quando na edificação de conjuntos residenciais. Esses dados correspondem ao perímetro urbano do município. Quando a pesquisa se estende à Zona Rural, segundo ainda dados do SAAE, o escoamento sanitário é ZERO.
Os malefícios trazidos pela merda que corre na superfície das ruas da periferia, na roça ou desemboca nos rios do município atinge principalmente a população pobre que não é alertada para os perigos a que está exporta e quando tem consciência disso não dispõe de recursos para construir uma simples fossa. A consequência disso são os postos médicos apinhados de adultos e crianças com diarreia, verminose, dores de cabeça e doenças de pele.
Maria das Graças Reis, diretora do SAAE, afirmou que com a implantação do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC do governo Federal, ora em andamento em Alagoinhas, a taxa de captação da rede de esgotamento sanitário da cidade aumentará de 12% para 35% . o que minora o grave problemas, mas que está muito distante do ideal. Até lá, ainda corremos o risco de está pisando em merda ou contraindo uma série de doenças.