Por todo o período que vem presidindo o país, Jair Messias Bolsonaro deitou e rolou diante da letargia da “esquerda”. Agora o capitão/presidente responde pelo que prega.

 

Rui de Albuquerque

 

Fugindo de opinar a respeito do resultado final da Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI, vamos centralizar a nossa atenção ao estrago político que a dita cuja vai provocar aos bolsonaristas. Apesar da tropa de choque do presidente estar tentando a todo custo desmoralizar dois dos integrantes da CPC – Renan Calheiros e Jader Barbalho –  e minimizar o affair, a cada dia que passa, vemos as trapalhadas governamentais se espalhando.

Não é preciso ter o quociente intelectual, o propalado QI, acima da média para perceber que a lista dos prováveis atos falhos da equipe bolsonarista espalhadas nos quatro cantos de Brasília foi um tiro no pé. Lembra-me a história de um gerente da Coelba, na época ainda estatal, que depois de pressionar um cliente por desvio de energia, o popular “gato”, determinou que o infrator deveria pagar uma multa equivalente a 10 meses de consumo.

Com a decisão do gerente, o cidadão que a principio negava tudo, se revoltou e disse que o parecer era injusto e justificou: como vou pagar 10 meses de consumo se só tem cinco meses que eu “fiz o gato”? O próprio senador Randolfe Rodrigues, autor do pedido da CPI achou engraçado e agradeceu aos bolsonaristas pelas dicas.

Marasmo da “Esquerda”.

O porradaço que a chamada esquerda brasileira levou com a eleição de Jair Messias Bolsonaro foi letárgico. Por um longo período, o capitão/presidente foi o dono do pedaço. Mandou, desmandou, esculhambou com meio mundo,  ameaçou… Até que a situação mudou. Diante das consequências que podiam advir da serie de atos antidemocráticos, Jair cometeu seu primeiro erro que lhe custaria caro no futuro bem próximo.

O namoro, noivado e casamento com o Centrão, tido como escória da política nacional e renegado pelo então candidato à presidência foi fatal. Se o capitão/presidente fosse um bom leitor e tivesse conhecimento do misterioso ultimato da esfinge de Tebas que dizia “decifra-me ou te devoro” não se meteria nessa enrascada. A sede de poder dos seus novos companheiro é insaciável e o presidente achou que podia lidar com isso.

O toma lá,da cá está asfixiando o já comprometido orçamento federal e com isso tirando as noites de sono do Paulo Guedes, ministro neo liberal da Economia. Seria salutar se as emendas negociadas com os deputados fossem destinadas integralmente para os seus estados. É sabido que isso não acontece. Chega apenas uma mínima porcentagem aos estados e as prefeituras. O restante vai para os bolsos dos parlamentares.

Como o “dono do pedaço” Bolsonaro agiu ingênua ou pretensiosamente ao comprar briga com os maiores veículos de comunicação do Brasil que o critica. Profissionais do Grupo Globo, CNN, UOL e o jornal Estado de São Paulo são suas (dele) vítimas favoritas. Sem entrar no mérito se todas as noticias veiculadas por essas emissoras são imparciais elas correm o mundo.  Já dizia a minha velha mãe, dona Nita “agua mole em pedra dura, tanto bate até que fura”.

A insistência em tratar o Supremo com ojeriza e ameaças tem causado transtornos para o capitão/presidente e alguns dos seus seguidores mais ferrenhos. Todas as vezes que eles abrem a boca e falam impropérios, a turma dos togados retruca energicamente. Foi assim com a prisão de um deputado carioca lunático, com a decisão de dar poderes aos governadores e prefeitos com relação a Covid e a negativa do Supremo em se meter na briga interna do Senado.

 

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