O encontro foi marcado por uma inesperada surpresa.
Rui de Albuquerque*
Roberto, 68, conheceu Virginia, 57, no site de relacionamento na Internet. Ela logo se prontificou a passar seu Whatsapp e ele aceitou de imediato. Paquera a vista. Mensagens e fotos indo e vindo, até que resolveram se bater pessoalmente. O fato de ela morar a 300 quilômetros de distancia não tirou o tesão do baiano; Pegou uma carona com um amigo e travessou a fronteira do estado em busca da amada.
Duas paradinhas para um cafezinho e o famigerado cigarro amenizaram a jornada de Roberto. O bom estado da estrada também facilitou a viagem. Chegou ao destino em paz e se preparou para o grande encontro com Virginia. Estava um pouquinho tenso, mas as experiências anteriores davam conta que se sairia bem. O date foi acertado na recepção do hotel em que Roberto estava hospedado.
Ela chegou! Rosto bonito, olhos verdes, cabelos bem tratados. Uma lady! Ele não titubeou em rasgar elogios a Virginia. Passado algum tempo, o papo foi fluindo, fluindo… até que as estórias pessoais tomaram contas do papo. Pacientemente, ele ouvia as decepções, frustações e as dificuldades financeira enfrentadas pela paquera. O que ele demorou a perceber é que ele foi escolhido para ser o salvador da pátria da bonita loura.
No dia seguinte, depois de muito relutar, Roberta aceitou o convite para jantar no próprio hotel. O rango foi peixe frito, regado a duas cervejas bem geladas. Depois do jantar chegou a hora de ver se a loura, ainda meio relutante, aceitaria dividir a cama do amplo quarto que Roberto ocupava. Foi um papo que remeteu o baiano ao tempo de adolescência e funcionou. Dormir juntos serviria como teste para um relacionamento mais profundo.
O dia seguinte
O dia seguinte não foi tão “romântico” para Roberto. Ele teve a surpresa de descobrir que a noitada poderia sair muito mais cara do que aquelas que ele costumava ter nas quebradas das noites. A loura agora se sentia no direito de cobrar do baiano a solução dos seus problemas financeiros anteriormente expostos. E não era coisa insignificante. Era muita grana.
Surpreso pela reação da pós-pós balzaquiana, Roberto imaginou o quanto seria exigido se os dois estivesse dividindo o mesmo teto. Obviamente que o baiano não assumiu a responsabilidade dos pepinos da loura fenomenal mesmo que fosse acusado, como foi, de não ser compreensível. Só teve a certeza de que o NAMORO PELA INTERNET SAI MUITO MAIS CARO DO QUE O ERA ANTES.
*Rui de Albuquerque é bacharel em Comunicação Social pela Universidade Federal da Bahia