Em quase todo o país, o povão elegeu vários candidatos defensores da “moral e bons costumes”. Isto revela o quanto conservadora é a sociedade tupiniquim.
O país do samba, do carnaval, do povo sempre alegre e feliz. Essa foi a imagem vendida pela elite para os próprios brasileiros e para todo mundo. As eleições de outubro revelaram um lado sombrio do nosso povo. Um Brasil que assume a sua condição de uma nação extremamente conservadora e avessa a qualquer mudança progressista dos tempos modernos.
É como se tirasse, de uma vez por todas, o manto que escondia a real índole nacional. As evidências correm mundo afora através da imprensa internacional e mostra a verdadeira atmosfera que paira entre nós. O segregacionismo exacerbado, o alto índice de criminalidade graças a certeza da impunidade, a supressão dos avanços socioculturais e a constante tentativa de tornar a imprensa única, estatal, como ocorre em regimes autocráticos.
O resultado do pleito de outubro deixou claro que os graves problemas em que a NAÇÃO atravessa foram relegados a último plano. A fome que atinge a 33 milhões de cidadãos, o desemprego e o subemprego, a ausência do Estado na prestação de serviços médicos para a população, a educação precária e outras mazelas não foram levadas em consideração pelo próprio povo nesse 2 de outubro.
A inobservância popular pode custar caro e transformar o Brasil numa nova Hungria. Seria gratificante se os eleitores tivessem o desejo de ver a nação brasileira transformada numa Noruega, exemplo dos direitos do cidadão.