Na sessão ordinária desta quinta-feira (20), a vereadora Luma Menezes (PDT) usou a tribuna para alertar sobre a falta de estrutura nas escolas municipais às vésperas do retorno das aulas, marcado para o dia 6 de março. Segundo a parlamentar, diversas mães e pais já têm procurado seu gabinete para relatar problemas na rede pública, situação que, de acordo com ela, não é novidade.
“Falar sobre essa realidade não é mais novidade. Infelizmente, eu falo isso porque, desde o início, lá em 2021, quando iniciamos o primeiro mandato, nós fizemos um levantamento de todas as 78 escolas municipais e, dentro desse levantamento, pontuamos quais eram as fragilidades, as necessidades de melhoria”, afirmou.
Luma destacou que a falta de reformas adequadas e de planejamento prejudica não apenas a estrutura das escolas, mas também o aprendizado das crianças e o trabalho dos professores. Um dos principais problemas apontados pela vereadora é a incapacidade das unidades escolares de lidar com as mudanças climáticas, especialmente com as ondas de calor que têm atingido a cidade.
“Nossas escolas não estão prontas para lidar com as ondas de calor que estão chegando à nossa cidade. Criança não aprende no calor e professor não consegue ensinar no calor”, alertou.
Segundo ela, a falta de estrutura adequada compromete a qualidade do ensino e precisa ser tratada como prioridade. “Ou nós entendemos que as escolas precisam estar adaptadas a essa realidade, garantindo qualidade para o ensino e o aprendizado acontecer efetivamente, ou continuaremos aqui apontando esses mesmos problemas”.
A vereadora destacou ainda que algumas escolas enfrentam problemas graves de infraestrutura, como a Escola Municipal Alagoinhas 4 e a Escola Mário Laerte. Esta última, em particular, teve suas obras iniciadas há três anos, mas ainda não foram concluídas, forçando os alunos a estudarem em um prédio alugado com estrutura inadequada.
“Um ano que não foi entregue, porque a obra começou há três anos atrás. As crianças tiveram que sair da sua escola, porque o teto estava desabando pela questão estrutural, e foram para uma casa alugada, onde antes funcionava uma pizzaria. E ali, naquela escola, foi-se adaptado garagem, cozinha, para a aula acontecer, para essas crianças de cinco, seis, sete anos aprenderem ali naquela sala improvisada”, relatou.
Ela também alertou que o espaço não oferece condições mínimas de conforto, já que sofre com alagamentos durante chuvas e temperaturas insuportáveis no calor. Além dessas, citou ainda a Escola Maria Feijó, que enfrenta diversos problemas estruturais que impactam diretamente o ensino.
Visitas
Diante dessas situações, Luma Menezes afirmou que a bancada de oposição está organizando visitas às escolas para fiscalizar as condições antes do início do ano letivo. Segundo ela, o objetivo é verificar de perto as demandas da comunidade e garantir que haja uma resposta efetiva da gestão municipal.
“Nós, enquanto bancada de oposição, nos organizamos para fazer visita em várias escolas que nós recebemos demanda da comunidade. Iremos na próxima semana para garantir que haja um devido diálogo com a Secretaria de Educação”, afirmou.
Durante o discurso, o vereador de situação, Caio Ramos (PP), em aparte, manifestou apoio à iniciativa, destacando a importância do envolvimento de todo o colegiado na fiscalização das condições das escolas.
“Eu, como filho de professora, me uno a vossa excelência nessa discussão, pois as nossas crianças precisam sim desse olhar do poder público municipal. Inclusive quero me colocar também à disposição da senhora, junto com os colegas, vereador e vereadoras de oposição, para participar dessas visitas. Essa é uma luta de todo o colegiado, pois a educação é a base fundamental para termos um olhar de futuro melhor”, argumentou.
Após agradecer, estendendo o convite aos demais parlamentares, Luma concluiu seu discurso retomando os impactos das mudanças climáticas, destacando a necessidade de adaptação das diferentes pastas do Governo tendo em vista o sofrimento da população nas atividades que estão mais expostas ao calor.
“Está calor para nós que estamos no ar-condicionado, mas sobretudo para as pessoas quem não tem nenhum desses acessos, para as pessoas que produzem na agricultura, que trabalham na feira, na agricultura, para essas crianças que estão dentro de uma sala de aula que não tem nem ventilador funcionando… Então, precisamos trazer essa temática como prioridade. Ou entendemos que o clima está mudando e que precisamos tomar estratégias sustentáveis para adaptar nosso município através da Saúde, Educação, Infraestrutura, ou não conseguiremos superar esses problemas”, finalizou a vereadora.
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