Na sessão ordinária desta quinta-feira (20), dia em que se comemora o Dia Mundial da Justiça Social, a vereadora Juci Cardoso (PT) destacou a importância da data, afirmando que ela deve servir como um chamado à reflexão sobre políticas públicas voltadas para a inclusão e o desenvolvimento econômico.

“Justiça social é manter garantia para creche. Não é só uma política de primeira infância, é também uma política emancipatória das mulheres. Precisamos ter coragem de debater que esse tipo de demanda não está previsto no orçamento como deveria”, defendeu.

Juci anunciou a conclusão das creches dos bairros Petrolar e Barreiro, ressaltando que os investimentos vêm do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Lula. Para ela, a entrega dessas unidades é fundamental para garantir o direito das crianças à educação e apoiar mães que necessitam desse suporte para ingressar ou permanecer no mercado de trabalho.

Além disso, a vereadora relatou que, em sua visita às escolas no Petrolar, percebeu um crescimento significativo no número de crianças com deficiência matriculadas, o que a motivou alertar para a necessidade de estrutura e de profissionais capacitados para garantir um ensino inclusivo.

“Muitas vezes, estamos aqui numa narrativa de discurso fácil, mas esquecemos que isso também não está no centro do debate do orçamento público. E discurso vazio, narrativa vazia, sem financiamento, é só discurso. Não é possível garantir a inclusão dessas crianças sem planejamento financeiro adequado”, criticou.

Geração de empregos

Outro ponto abordado pela vereadora foi a necessidade de atrair investimentos e criar oportunidades de empregos para a população, quando reconheceu a importância do Requerimento Nº 27/2025, da vereadora Luma Menezes (PDT), que solicita uma audiência pública, em maio, para debater sobre a implementação da plataforma Contrata Mais Brasil, programa do Governo Federal que tem como objetivo principal diminuir a burocracia das contratações públicas e proporcionar novas oportunidades para pequenos fornecedores.

“Não adianta tomarmos atitudes apenas para atrair investimentos que beneficiem os grandes empresários. É preciso ter espaço na administração pública para os pequenos e médios empreendedores também”, destacou.

Além disso, a vereadora falou sobre os novos investimentos da Petrobras na região, que devem gerar mais de dois mil empregos diretos. Segundo ela, a empresa já assinou contratos de sonda, o que resultará em um aumento da arrecadação municipal e em novas oportunidades de trabalho para os moradores de Alagoinhas e municípios produtores de petróleo.

Para garantir que essas oportunidades sejam acessíveis à população local, será realizada uma reunião no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) de Alagoinhas, com a presença do prefeito Gustavo Carmo (PSD), do deputado Radiovaldo Costa (PT), de representantes da Petrobras, além de empresas do setor de petróleo e gás que atuam tanto em terra (onshore) quanto no mar (offshore), para discutir cursos gratuitos e capacitação profissional no setor de sondagem.

“Precisamos garantir a qualificação de mão de obra para que essas oportunidades criadas sejam aproveitadas pela juventude e pelos trabalhadores desempregados da cidade. Assim se pensa o desenvolvimento, assim se promove emprego e renda e se movimenta a economia”, afirmou.

Fiscalização orçamentária

Juci Cardoso também fez um pronunciamento enfático sobre a responsabilidade do Legislativo na fiscalização do orçamento municipal, reforçando a necessidade de um debate mais qualificado sobre políticas públicas. Para ela, os vereadores não podem se eximir da obrigação de acompanhar as contas públicas e garantir a boa aplicação dos recursos.

“Não dá para a gente falar sobre dados orçamentários como se fôssemos ilustres desconhecidos desse processo. Pelo menos não deveria ser. É responsabilidade nossa fazer o acompanhamento das compras públicas e da execução fiscal. Este é o nosso fazer primeiro. Não é possível fiscalizar sem fazer isso”, afirmou.

A vereadora destacou que o orçamento municipal não é elaborado de forma unilateral pelo Executivo, pois passa pela Câmara, onde pode ser debatido e alterado. Mesmo discordando de algumas decisões, ela ressaltou que continua comprometida em buscar soluções para os problemas da cidade.

“O orçamento público é elaborado pela gestão, mas ele passa por esta Casa. Somos nós que dialogamos, discutimos e aprovamos ou não. Portanto, tem a chancela nossa, ainda que alguns de nós nos posicionemos de forma diferente, como é o meu caso em várias questões”, pontuou.

Descontextualização dos problemas municipais

Ao final de seu discurso, Juci Cardoso fez duras críticas a discursos que, segundo ela, ignoram a complexidade dos problemas da cidade e esperam soluções imediatas. Ela ressaltou que muitas questões estruturais não poderiam ser resolvidas nos dois meses do governo de Gustavo Carmo, e que, diante essa realidade, o parlamento precisa atuar com responsabilidade, buscando soluções reais.

“Tem uma série de problemas, e é verdade, e nós precisamos encontrar soluções. Mas algumas questões são debatidas aqui de forma vazia, como se nós, o parlamento, não tivéssemos responsabilidade. Ou como se os diversos problemas da cidade fossem novidades e, num passe de mágica, em cinquenta dias, tudo pudesse ser resolvido”, criticou.

A vereadora reforçou que o prefeito Gustavo Carmo assumiu o governo democraticamente, sem ruptura institucional, e que os vereadores continuam com a mesma responsabilidade de fiscalização e atuação política.

“O prefeito Gustavo Carmo ganhou as eleições em Alagoinhas. Não deu um golpe de Estado brasileiro. A Constituição continua a mesma, e as responsabilidades dos senhores vereadores e vereadoras também. Fiscalizar. Isso não mudou, e eu continuo fazendo isso”, concluiu a parlamentar.

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