Após o discurso do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), o atual presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) apareceu de máscara em evento no Palácio do Planalto nesta quarta-feira, 10, sancionou projeto para facilitar a compra de mais vacinas e defendeu o uso de imunizantes contra a covid-19.

Desde o começo da pandemia, Bolsonaro tem minimizado a doença, desestimulado o uso da proteção e o distanciamento social e rejeitado propostas de compra de vacinas

A mudança de postura de Bolsonaro aconteceu pouco tempo depois de Lula criticar seu governo pela condução da pandemia.

“Quero fazer propaganda para que o povo brasileiro não siga nenhuma decisão imbecil do Presidente da República ou do Ministério da Saúde. Tome vacina, tome vacina porque essa é uma das coisas que pode livrar você da covid”, afirmou Lula em sua primeira aparição pública após a anulação, na segunda-feira, das sentenças judiciais que o impediam de ser candidato em 2022.

Lula anunciou que tomará a primeira dose da vacina na próxima semana e lamentou que “as mortes estão se naturalizando” no Brasil, fortemente atingido pela segunda onda da covid-19.

“Muitas delas poderiam ter sido evitadas, se a gente tivesse um governo que fizesse o elementar”, continuou o ex-presidente.

“A primeira coisa que deveria ter sido feita no ano passado era criar um comitê de crise” com a participação de cientistas, mas “tivemos um presidente que falava de cloroquina e que era uma gripezinha”, continuou Lula, referindo-se às declarações de Bolsonaro que minimizaram a pandemia e as recomendações para uso de medicamentos sem evidências de eficácia contra a doença. O ex-presidente ainda apoiou governadores em suas ofensivas para comprar vacinas, já que Bolsonaro não compra.

Em seu discurso no Palácio do Planalto, Bolsonaro adotou tom moderado, não fez ataques a governadores e prefeitos, mas ainda citou drogas sem eficácia contra a covid-19, como a hidroxicloroquina.

No evento, Bolsonaro sancionou três leis que tratam da pandemia. Uma autoriza que a União assuma riscos e custos de efeitos adversos das vacinas, medidas que destrava a compra dos imunizantes da Pfizer e Janssen. Além disso, a lei permite que Estados e municípios comprem os imunizantes, caso o governo federal se omita nestas negociações.

Porém, apesar da mudança de postura de Bolsonaro, o Ministério da Saúde admite que a campanha nacional de imunização pode parar por falta de vacina. Em carta enviada à Embaixada da China para tentar a compra de 30 milhões de vacinas, a pasta afirma estar ciente da importância de conter a nova variante da covid-19 e impedir que o vírus “se espalhe pelo mundo, recrudescendo a pandemia”.

Fonte: Catraca Livre

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