Foto: Pauta Livre

O radialista Ailton Borges teve a sua conversa publicada nas redes sociais. Nela, ele propõe mudar o foco das notícias se um grupo não fechar negócio com seu programa.

Para quem vive diariamente e conhece os mecanismos utilizados pela imprensa alagoinhense não foi surpresa o conteúdo das mensagens vazadas na Rede Social onde o radialista Ailton Borges deixa claro que os elogios ou críticas feitos nos programas que ele  protagoniza – tidos como os de maior audiência na região – sempre depende de acordo financeiro. Não se trata de negociar valores de anúncios comerciais e sim do famigerado jabá, quase sempre a serviço dos políticos da redondeza.

Em Alagoinhas, a prática da propaganda pessoal paga, sob o manto de um elogio espontâneo, vem de longa data. Com o crescimento vertiginoso do marketing, houve uma  distorção do seu objetivo final que se propõe evidenciar uma característica verdadeira de um produto, entidade ou pessoas. Hoje, os “marqueteiros de ocasião ” quase sempre não carregam  uma formação adequada e sim uma sagacidade voraz: evidenciar verdadeiros lobos, colocando fantasiosas peles de cordeiros neles em troca de uma boa recompensa.

Me lembro bem quando há anos, tive uma entrevista com Simone, prefeita de Inhambupe, morta em um acidente logo depois. Ela estava puta da vida e, antes mesmo de dar a entrevista, não escondeu sua ira contra os radialistas de Alagoinhas. “criticam a minha administração e logo depois trazem a proposta de veiculação das ações da prefeitura. Se eu concordar, param de bater em mim, se não, continuam criticando”, bravejou.

O áudio vazado na Internet atribuído a Ailton Borges, titular do Pauta Livre, comprova que a prática continua a mesma. Mas, não é exclusividade do seu programa. Sabe-se que tem radialistas que aceitam jabá em troca de um almoço ou jantar em restaurantes e bares da cidade. Outros, mais bem sucedidos nas negociações jabalescas (vixe!), ostentam os dividendos da prática. pelas ruas da cidade. São carros novos, motos e muita bravata.

A perguntas que pode ser feita agora é se o público ouvinte vai engolir como verdadeiras as suas afirmações nos seus programas ou a coisa vai ladeira abaixo depois do vazamento do áudio. Para que os programas, jornalístico principalmente, tenham credibilidade, faz-se necessária uma prática salutar, dentro do que se propõe a função de bem informar, mesmo sem remuneração reptícia .

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