A inversão de valores tornou-se uma prática cotidiana no dia a dia do país.

Quem tem dúvidas sobre a expressão “Casa da Mãe Joana” não precisa perder tempo em procurar no gugou. Basta fazer um apanhado rápido no dia a dia dos brasileiros para ter uma noção claríssima do bordel – definição arcaica de zona do baixo meretrício – que esse país chamado Brasil tem se transformado com os políticos que exercem cargos eletivos.

No brasil verde e amarelo em que a gente vive, é comum e aceitável que Milton Ribeiro, um pastor evangélico, ex-ministro da Educação, ande com uma arma de fogo carregada em pleno aeroporto. Por muito pouco não houve uma tragédia, mas isso é um mero detalhe. Seria apenas mais uma morte. Se parecesse verossímil, o pastor do bigodinho poderia alegar que iria caçar diabos comunistas que pairam nos céus do país ou talvez ele estivesse atuando como guarda costa dos seus colegas de igreja que carregam ouro e dinheiro das prefeituras do interior.

Quando a imprensa lixo mostrou as ações patrióticas do ex-ministro da Educação, é evidente que o ex-capitão presidente saísse em defesa dele e evacuasse em alto e bom som que “daria a cara a….” (mesmo que estivesse com um extintor de incêndio ao lado) É bom prevenir, nunca se sabe, diria o ex-capitão.

A situação ficou ainda pior quando um delegado da Polícia Federal, inadvertidamente tomou uma atitude que foge ao comum e mandou prender o divino pastor Milton por supostos deslizes. Uma tentativa evidente de atingir o ex-capitão presidente, dizem os bolsonaristas, guardiões da moral e dos bons costumes nacionais. Uma prova incontestável de tentativa de desestabilizar um governo tão atuante como o que está aí.

O desejo do agente da PF em transferir o homem do bigodinho para Brasília deixou a trupe bolsonarista em polvorosa. Será que sob pressão, o pastor não vai rezar no pé do caboclo? A trupe não quis arriscar. Acionou de imediato a tropa palaciana para deixar o religioso livre de qualquer abordagem inconveniente. E assim foi feito. Livre como a brisa purificada pelos deuses palacianos.

Mas, eis que chegar um senador baixinho, lá do Amapá e joga água bem fria na churrasqueira que preparava a picanha super especial para comemorar a libertação do divino pastor. Depois de gastar muita saliva, os honoraveis senadores aceitaram a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito que está prevista para começar em agosto.

 

Folha da Terra Jornal

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