Vereador, prefeito e deputado, Paulo Cezar Simões teve uma carreira estratosférica durante anos. A falta de humildade e a certeza da impunidade foram a sua primeira derrota.
Rui de Albuquerque
Paulo Cezar Simões teve uma votação pífia nas eleições de 02 de outubro e não foi eleito. Como um político profissional com Paulo Cesar foi rejeitado pelo eleitor alagoinhense depois de ter sido vereador, prefeito e deputado? Algumas razões estão sendo discutidas nos bastidores políticos da cidade. Tudo começou em 2020 quando foi derrotado para a prefeitura de Alagoinhas por Joaquim Belarmino Neto.
É de domínio público que faltou humildade a Paulo na época. A presunção do cara era tamanha que, mesmo antes de ser votado e a possível eleição ele agia como se fosse o titular da cobiçada cadeira de prefeito. “Parecia que Paulo carregava um rei na barriga” afirma um entrevistado que preferiu ficar no anonimato. O detalhe que faltou antes do pleito foi Paulo exigir que um tapete vermelho fosse colocado para Sua Majestade chegar ao trono.
Perdeu a eleição para Joaquim Neto e outros perrengues começaram a aparecer. Um dos mais graves foi a denuncia de que Paulo Cesar tinha desviado recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) destinado a Secretaria Municipal de Educação. O Ministério Publico entrou em ação e o ex-vereador/deputado/prefeito teve que explicar na Justiça o destino final das verbas. O caso foi julgado, um envolvido foi preso, mas Paulo Cezar foi condenado, mas sua pena é uma incógnita ate hoje.
Depois do julgamento, PC Simões entrou na lista dos fichas sujas, onde boa parte dos vereadores, deputados e outros parlamentares de diversas esferas deveriam estar. Como no nosso Brasil varonil tudo se dar um “jeitinho”, o ministro Bruno Dantas conferiu efeito suspensivo que o considerava inelegível. Com a sua candidatura á deputado estadual confirmada, PC partiu para mais uma batalha.
Por falta de orientação ou pelo sua soberba, ele não levou em conta a história política de Alagoinhas. A tradição histórica do município em descartar lideranças que, por um motivo ou outro, caíram em desgraça e foram jogadas no ostracismo Foi assim com várias pessoas púbicas. Para não ferir suscetibilidade, evitaremos nominá-los.
Agora, para Paulo Cezar Simões resta torcer para que reste um pouquinho de poder político para que o pior não lhe aconteça e que ele não tenha um final de carreira melancólico ou dramático e volte a ser chamado de “papica”.
Bloqueio de bens
O ex-vereador/prefeito/deputado responde ainda a três ações civis apresentadas pelo Ministério Público Federal e em pelo menos uma delas, o juízo competente determinou o bloqueio de seus bens. Se não bastasse os pepinos ocasionados por PC, ele também é réu em diversas ações penais onde o MPF o acusa de cometimento de irregularidades em suas gestões a frente da prefeitura de Alagoinhas.