A vereadora Raimunda Florêncio (PSD) usou a tribuna na sessão ordinária desta quinta-feira (20) para denunciar a situação dos lixões e do descarte irregular de resíduos em diversas áreas da cidade, chamando a atenção para os impactos diretos sobre a saúde da população e a falta de fiscalização por parte do poder público. Em seu discurso, destacou que bairros como Barreiro e Silva Jardim sofrem com o acúmulo de lixo e a prática recorrente de queimadas irregulares.
“Na subida do Barreiro tem um lixão. Ficaram de fazer uma limpeza na margem da linha férrea do Barreiro seguindo até lá em cima, mas até hoje eu não vi. A rua está toda suja. Horrível”, frisou a parlamentar, destacando que as chamas e a fumaça das queimadas têm afetado diretamente moradores, incluindo pessoas com problemas respiratórios e até câncer.
“Hoje, ao meio-dia, aconteceu um problema seríssimo. Nós temos pessoas lá, doentes, nas ruas, nas comunidades. Gente com problema de câncer também. E continuam ateando fogo toda semana no lixão. Provocam aquele lixão e tocam fogo”, denunciou.
Além do Barreiro, Raimunda chamou a atenção para a existência de um lixão no centro da cidade, questionando como um problema dessa magnitude pode persistir sem fiscalização. Para ela, o lixo acumulado não é consequência apenas do descarte inadequado dos moradores locais, mas também da falta de controle sobre resíduos trazidos de outros bairros.
“As demandas que chegam na minha casa, me culpam. Me culpam porque eu moro nas proximidades do lixão. Eu tento, mas não há realmente fiscalização, porque o descarte incorreto vem de outras ruas, outras comunidades que jogam o lixo lá. As carrocinhas chegam e ali se torna um enorme lixão”, lamentou.
Lixões em outros bairros
O pronunciamento de Raimunda encontrou eco na vereadora Luma Menezes (PDT), que havia reforçado, durante seu pronunciamento na mesma sessão, a necessidade de uma gestão mais eficiente dos resíduos sólidos. Segundo ela, esse problema não se limita à atual administração, mas é resultado de anos de descaso do poder público e da falta de conscientização da população.
“Infelizmente, a gente tem um grande problema público que envolve tanto a ingerência da gestão pública, e aí eu não responsabilizo apenas a atual gestão, eu responsabilizo o agir do poder público como um todo. Como também a ausência de conscientização e sensibilização por parte da população e de muitas pessoas que descartam inadequadamente seus resíduos em locais que não devem ser locais para descarte”, pontuou.
Luma relatou que recentemente esteve no lixão atrás da creche São José Operário, onde a queima de resíduos tem prejudicado moradores e até mesmo interferido no funcionamento da unidade escolar. Ela explicou que a fuligem gerada pelas queimadas invade as salas de aula, afetando diretamente crianças pequenas, e que já houve momentos em que as aulas precisaram ser suspensas por conta da fumaça e da sujeira.
“Houve momentos no ano passado que, devido à queima desses lixos, a creche teve que suspender as aulas, porque era muita fuligem, restos da queima que foram levados pelo vento para dentro da escola. Restos de borracha entraram na escola, e as aulas não conseguiram nem continuar. A gente está falando de uma creche, e creche é local de crianças pequeníssimas, de um a três anos de idade, tendo que lidar com essa impureza do ar tão novos”, denunciou.
Diante da gravidade da situação, a vereadora Raimunda Florêncio cobrou providências da Secretaria Municipal de Mobilidade e Ordem Pública (SEMORP), representada por Hilton Ribeiro, especialista em Gestão e Direito de Trânsito, afirmando que algumas regiões da cidade simplesmente não recebem a devida atenção do poder público.
“Eu quero chamar a atenção da SEMORP, porque eu sei que é representada por um bom secretário, mas olham umas ruas e outras ficam a ver navio. Então, o Silva Jardim está precisando ser mais cuidado. E a margem da linha do Barreiro faz vergonha”, declarou.