Sem qualquer discussão com as bases eleitorais que o elegeram, deputados federais e senadores legislam em causa própria. O presidente Jair Bolsonaro faz teatro a respeito.

A decisão dos deputados federais e senadores em reservar R$ 5,7 bilhões para distribuir a candidatos nas eleições de 2022 é uma violenta afronta a fome que atormenta o povo brasileiro. O Fundo Eleitoral para as próximas eleições é o triplo do dinheiro público usado em 2020 que foi de R$ 2.0 bilhões.

Desde que o Supremo Tribunal Federal proibiu as empresas privadas de financiar campanhas eleitorais, os candidatos a cargos eletivos focaram suas atenções em como tirar proveitos, em burlar, a legislação vigente. Atualmente, seria conversa prá boi dormir aquela velha estória que para fazer uma campanha, o pleiteante preciso de uma vultosa soma de recursos. Além da abolição de diversas formas de fazer propagando eleitoral, a massificação da mídia social reduziu drasticamente o custo do processo.

Para quem acompanha a vida politica nacional e a imprensa tem relatado, o dinheiro do orçamento eleitoral tem outro uso diferentemente daquele determinado pela lei. Além de encher os cofres dos partidos cujos coronéis centralizam os recursos para beneficiar seus protegidos, serve também para aumentar o saldo bancário de alguns. Para criar uma cortina de legalidade, escolhem um laranjal de coadjuvantes para participar do pleito. Não seria surpresa descobrir que o Zé Ninguém lá da periferia recebeu uma ninharia para concorrer a uma vaga eletiva, mesmo sabendo de antemão que não terá chance alguma.

Conversa prá boi dormir

Como é muito fácil controlar a massa e incutir discursos que escondem o verdadeiro motivo dos parlamentares. Existem duas narrativas para justificar tamanho montante de dinheiro: De um lado, há uma maioria de políticos que sempre tenta elevar ao máximo a previsão de gastos movida por dois motivos principais, um publico e um mantido nos bastidores.

O público é de que a manutenção da democracia tem o seu custo, e o financiamentos de partidos e candidatos para a disputa da eleição, pilar da democracia, deve ser proporcional ao tamanho continental do Brasil.

Já os interesses privados, quase nunca tornados publico. Giram em torno do fato de que a bolada bilionária distribuída privilegiará, via de regra, políticos já posicionados no espectro político.

 

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