O Transtorno do Espectro Autista faz parte dos distúrbios do neurodesenvolvimento caracterizado por comprometimento da interação social, comunicação verbal e não verbal com interesses restritos e repetitivos. Normalmente o autismo é identificado na infância entre um ano e meio e três anos, algumas vezes os sinais aparecem nos primeiros meses de vida, mas não é incomum também que pessoas dentro do Espectro sejam diagnosticadas em idade mais avançada.

 

O Transtorno do Espectro Autista afeta o sistema nervoso, sendo que, o alcance e a gravidade dos sintomas são de grande variabilidade. O dia dois de abril é considerado o dia mundial de conscientização do autismo. A data foi escolhida em 18 de dezembro de 2007, pela ONU (Organização das Nações Unidas), com o objetivo de conscientizar a população acerca dessa questão e diminuir o preconceito das pessoas que apresentam esse transtorno.

De acordo com a psicóloga Bianca Reis, “o autismo é uma questão social assim como de saúde pública. Com isso, conscientizar a população, buscar políticas públicas e melhorias para as pessoas com TEA e suas famílias é essencial e indispensável’’.

Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), temos atualmente mais de 70 milhões de pessoas com Transtorno de Espectro Autista (TEA) no mundo e mais de 2 milhões no Brasil, dados do ano de 2020. Mesmo diante destas estatísticas, o assunto é pouco abordado. As crianças diagnosticadas com TEA, assim como seus familiares, não se sentem à vontade para falar do assunto abertamente, pois ainda existe discriminação em relação a essa temática.

O diagnóstico precoce do autismo é de suma importância, pois quanto mais cedo os responsáveis entenderem o que ocorre com a criança, mais fácil será a compreensão de sua rotina, necessidades e desafios.

“ É indispensável ampliar a visibilidade para essa luta, é preciso acesso às avaliações diagnósticas prévias, intervenções especializadas e, respeito pela diversidade”, afirma a psicóloga Bianca Reis.

A lei 12.764 de 2012 foi um marco importante e trouxe para a sociedade proteção dos direitos da pessoa com Transtorno do Espectro Autista, além disso, no ano passado, veio a lei 13.977 de 2020, que criou a carteira de identificação da pessoa com autismo, mas, ainda assim, essas pessoas são esquecidas ou pseudoaceitas, ficando fora das salas de aula e, quando adultos, do mercado de trabalho.

“O compromisso em acreditar, estimular e inserir com inclusão afetiva (e não apenas aceitação), contextualizada e respeitosa é premissa indispensável para o desenvolvimento das potencialidades individuais, conquista de autonomia e qualidade de vida, do paciente com TEA” conclui a psicóloga Bianca Reis.

 

Sobre Bianca Reis

Psicóloga, Mestra em Família e Especialista em Psicoterapia Junguiana, Bianca Reis atua há 7 anos na área clínica, tratando de pacientes com demandas voltadas aos relacionamentos familiares e românticos, sexualidade, gênero, infância, ansiedade, depressão e outras importantes questões psicológicas e humanas.

 

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