O pequenino Yorkshire Terrier, late o tempo todo diante do benevolente Pitt Bull. Mas, não é bom cutucar o cão com vara curta. Corre-se o risco de se vê diante de  uma tragédia  já vista anteriormente.

Rui de Albuquerque *

Foram inúmeros os pedidos de intervenção militar feitos nas redes sociais durante o período pré eleitoral para a presidência da República. Para aquelas pessoas que acompanham o desenrolar política social do País e que estão a par da evolução ideológica das Forças  Armadas desde o movimento ditatorial de 1964, a possibilidade disso ocorrer era quase que impossível. E foi ! A tomada do Poder através do Doi Codi , da opressão da Operação Condor de sua repressão violenta e das prisões aleatórias não fariam o menor sentido na atual conjuntura, dita como “democrática”

Para a surpresa de quem ainda achava que a caça aos ” esquerdistas “.que estava levando o Brasil a bancarrota deveria feita de forma truculenta, a tomado do poder pelos militares foi feita através do Parlamento. É difícil avaliar se  o capitão Bolsonaro foi utilizado como “boi de piranha ” para os generais obterem o sucesso, se eles pegaram carona na popularidade do deputado ou se houve um conluio com um objetivo comum. A história dirá no futuro não muito distante do que se imagina.

Eleito, Jair Bolsonaro tratou de aparelhar o seu governo, Foi general prá lá, general prá cá em todos ou em quase todos da nova “era”. O que o ex paraquedista , agora presidente, não previu foi a polarização entre os seus mais “chagados” e os milicos. Foi aí que a coisa começou a  degringolar. Sob o comando do seu guru Olavo de Carvalho, hoje an american citizen, o clã bolsonarista montou um arsenal  repleto de bumerangues para atingir os generais que estão em cargos estratégicos. As cacetadas atingiram até  o ex comandante Vilas Boas, considerado patrimônio das Formas Armadas.

Entretanto, para lançar um bumerangue que possa atingir o algo com sucesso é preciso dominar a técnica sob o risco de tê-lo de volta na sua própria cabeça.  É bem provável que   o astrólogo da extrema direita  Olavo de Carvalho tenha ido à Austrália para aprimorar seus conhecimentos no uso do bumerangue. Do contrario, pode recebê – los de volta com muito mais força do que lançou. Afinal, seus oponentes tem  vasto background em  instrumentos de guerra, inclusive o psicológico, adequadamente utilizado  pelo vice presidente,  general Mourão, por  exemplo.

Não se pode chamar o affair entre a dita ” ala ideológica” e os generais de ” briga de cachorro grande” . As ações militares parecem mais aquela atitude conciliatória adotada por um cão da raça  Pitt Bull diante de um Yorkshire Terrier que faz questão do mostrar  sua valentia, desconhecendo o tragédia que pode ocorrer no caso de um confronto.  Para o bem de quem já viveu dias tenebrosos e para a garotada de hoje, tomara que o Pitt Bull não seja mais excessivamente provocado sob a anuência do capitão que parece estar no ar, mas com seus paraquedas com dificuldades para ser abertos.

* Rui de Albuquerque é formado em Comunicação Social pela UFBA

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