FOTO: Vaner Casaes / ALBA

Alvo de ações, Adailton Maturino tinha trânsito com autoridades na Bahia e no Piauí; defesa diz que ele é alvo de preconceito.

O empresário Adailton Maturino dos Santos passou nos últimos anos por duas prisões, uma fuga e investigações sob diversas suspeitas em dois estados.

Apesar de tudo isso, foi homenageado por políticos, construiu relações com autoridades do Judiciário e bancou festas com apresentações de artistas do sertanejo e da axé music. Ajudou a eleger o irmão à Câmara municipal de Camaçari (BA).

Exibindo um currículo com informações inverídicas, chegou a se apresentar como representante de um principado que não existe.

Dizia ter vasta experiência em Direito e até ser juiz leigo, embora tivesse apenas um carteirinhas de estagiária da OAB que foi cancelada, segundo a polícia. Ganhou muito dinheiro e não se importava em exibir sua riqueza.

Chamado de “cônsul falso”, Maturino é o pivô da principal operação sobre suspeitas de venda de decisões judiciais no Brasil., a Faroeste, relacionadas a um esquema de grilagem de terras no oeste da Bahia.

Intitulada Faroeste, a operação relaciona a uma disputa de terras na divisa da Bahia com o Piauí e Tocantins se tornou a principal investigação sobre a suspeita de venda de decisões judiciais do Brasil.

A apuração se expandiu nos últimos meses com a ajuda de delações premiadas e, além de magistrados, tem investidos sobre advogados que atuavam intermediando a venda de despachos, além de outras figuras do poder público suspeitas de participar de irregularidades.

Até fevereiro de 2021, oito desembargadores já tinham sido afastados do Tribunal de Justiça da Bahia por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), além de três outros juízes. Três desembargadoras estão presas preventivamente, uma quarta está em prisão domiciliar.

Nesse esquema, o empresário Adailton Maturino dos Santos é réu sob suspeita de participação, segundo as investigações, que movimentou cerca de R$ 1 bilhão. Está preso preventivamente no Complexo da Papuda, em Brasília, desde novembro de 2019. Sua esposa, Geciane, também está presa.

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